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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Como fazer uma boa adaptação no Berçário

Preparação e parceria com a família são fundamentais para assegurar uma adaptação tranquila aos bebês que vão à escola pela primeira vez Fernanda Salla (novaescola@atleitor.com.br) Crianças inseguras, pais angustiados e sofrimento diante da separação iminente. Esse não precisa ser o retrato do início dos pequenos na creche. É possível diminuir o desconforto e proporcionar uma adaptação tranquila e saudável para os bebês e sua família. A fase de acolhimento na Educação Infantil é diferente para cada faixa etária e requer atenção redobrada com bebês de até 2 anos. Afinal, quase tudo é novidade para eles: a convivência com outras crianças e adultos (além do círculo mais próximo). O primeiro passo é conhecer bem a criançada. Entender seus costumes e medos ajuda a elaborar o planejamento. "Quando percebem que o educador sabe coisas que as fazem se sentir bem, elas ficam mais calmas", diz Rosa Virgínia Pantoni, mestre em Psicologia e coordenadora de assistência social da Creche Carochinha, ligada à Universidade de São Paulo (USP). Antes de receber a turma, é fundamental ler com atenção todas as informações contidas na ficha de anamnese (com histórico de saúde). Também é desejável fazer uma entrevista detalhada com a família. Durante o bate-papo, os pais podem esclarecer dúvidas e ajudar você e seus colegas a entender os hábitos da criança. "É um momento de ajuste de expectativas. É essencial escutar o que os familiares esperam e explicar os objetivos da instituição", diz Ana Charnizon, educadora da UMEI Aarão Reis, em Belo Horizonte. Mostrar interesse pela criança é uma forma de tranquilizar os pais. Vale perguntar como é a rotina em casa, do que a criança gosta de brincar e de comer e se possui objetos de apego. A entrevista pode ser finalizada com uma visita pelos ambientes. Bebês de até 10 meses estranham a escola, o modo como são colocados para dormir e a comida oferecida. É necessário prestar atenção nos aspectos sensoriais: deixar objetos pessoais, como mantinhas, chupeta e fronhas, junto ao berço ajuda na adaptação. A ausência dos pais não incomoda, mas a textura diferente do lençol do berço, a forma como são colocados para dormir, a temperatura da água do banho, sim. Depois de completar 1 ano, a adaptação muda um pouco. O foco principal agora é fazer com que o bebê se acostume à ausência dos responsáveis. Por isso, é necessário alternar momentos em que os familiares estejam próximos e distantes da criança. Nessa idade, ela já começa a estranhar quem não conhece e estabelece vínculos com alguns adultos. Faz parte do processo, então, manter os rostos conhecidos ao alcance da visão do pequeno. A separação é feita aos poucos, intercalando momentos de aproximação e de ausência, até que o bebê se acostume à rotina na creche. Outra estratégia para assegurar a tranquilidade é fazer um espaço para cada criança (leia a sequência didática). Assim, ela entende que há um lugar coletivo, mas que também existe um cantinho só dela, com seus objetos de apego ou brinquedos. Isso faz com que se estabeleçam vínculos com o local. Também é importante definir uma rotina, com horários e regras, para que os pequenos se sintam amparados. O choro nos momentos iniciais da separação é normal e deve passar logo, à medida que a criança percebe que é acolhida e compreendida. Caso o berreiro persista, isso pode ser sinal de insegurança. Outras manifestações de desconforto são o sono constante, a apatia e a recusa em comer. Reuniões e estudos periódicos permitem aprofundar o conhecimento a respeito do universo infantil e agir nesses casos. "A insegurança dos responsáveis influencia ansiedade dos pequenos. Por isso, os profissionais precisam estar preparados", explica Ana. Cabe ao educador acolher os bebês, reconhecer seus sentimentos e fortalecê-los emocionalmente. "As ações devem estar voltadas para a apresentação do novo ambiente de uma forma delicada", explica Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. "O que está em jogo é o compromisso em transformar os sentimentos de angústia presentes neste momento em segurança e afeto", completa. Processo de acolhimento de bebês Objetivos - Construir um ambiente de acolhimento e segurança para os bebês e suas famílias. - Estabelecer diálogos com eles e ressignificar os gestos, as ações e os sentimentos por meio da linguagem. Conteúdos - Inclusão das famílias no processo de adaptação. - Respeito às singularidades de cada criança. Idade Até 2 anos. Tempo estimado Duas semanas. Material necessário Objetos de apego dos bebês e para os cantos de atividades diversificadas, uma foto de cada criança e livros de literatura infantil. Flexibilização Bebês com deficiência intelectual costumam apresentar um desenvolvimento mais lento que os demais. No entanto, no caso de deficiências menos severas, essas diferenças podem ser pouco notadas nos primeiros anos de vida. O bebê é capaz de desenvolver sua mobilidade (mesmo que tenha algumas limitações motoras) e também a capacidade de comunicação, embora costume apresentar dificuldades de equilíbrio e de orientação espacial. Certifique-se das limitações desta criança, respeite o ritmo de cada bebê e conte muito com a ajuda dos pais ou responsáveis para adequar os procedimentos nas situações de cuidado e de aprendizagem. Repetir atividades e oferecer objetos que façam parte do dia a dia do bebê são ações fundamentais que ajudam a criança nesse processo de acolhimento. Organizar um caderno de registros, com as evoluções e dificuldades de cada bebê em diferentes situações de aprendizagem também contribui para diagnosticar eventuais dificuldades da criança. Desenvolvimento 1ª etapa Leia a anamnese dos bebês ou entreviste seus familiares. Converse com eles sobre a possibilidade de uma pessoa próxima à criança acompanhar o período de adaptação e participar de situações da rotina para compartilhar formas de cuidados com o educador. Não é preciso que os pais estejam presentes. Outros responsáveis, como avós, tios e irmãos mais velhos, podem participar dos primeiros dias. 2ª etapa No primeiro dia, acompanhe os responsáveis nas situações de cuidado, como banho, alimentação e sono, e observe procedimentos e formas de interação (a entrega do objeto de apego no momento de sono, como foi interpretado o choro etc.). Monte alguns cantos (por exemplo, com jogos de encaixe) e se aproxime dos pequenos. Depois, faça uma roda com eles e as pessoas de sua referência para despedida e transforme os gestos e as ações observados em palavras. Converse sobre as brincadeiras, os interesses e o que foi possível aprender sobre eles: João gosta de bola, Marina tem um paninho etc. Fale que novas brincadeiras serão feitas no dia seguinte. No segundo dia, organize outros cantos, com bacias com água, bonecas e livros, por exemplo. Circule e participe das situações. Oriente as pessoas que acompanham o processo a ficar no campo de visão do bebê, mas que procurem desta vez não interagir o tempo todo. No momento de trocar a fralda, a referência familiar pode ficar ao lado do educador, enquanto ele realiza o procedimento explicando à criança o que foi que aprendeu sobre ela ("Eu já sei que você adora segurar seu urso ao ser trocado. Pegue aqui"). 3ª etapa No terceiro dia, brinque e abra espaço para a expressão de sentimentos e gestos. Procure dar sentido às ações com base nas experiências que os envolvem ("Seu bebê está com fome, José. Vamos preparar uma sopa?). As pessoas que acompanham os bebês podem se afastar do campo de visão deles. A saída deve ser comunicada às crianças. No quarto dia, mostre cantos variados. À medida que demonstrarem segurança, faça as despedidas das pessoas que os acompanham. Anuncie onde estarão (quem ainda fica na creche, quem vai tomar um café ou quem vai embora). Brinque e acolha os possíveis choros, pegando no colo, oferecendo brinquedos etc. Leia uma história. 4ª etapa No quinto dia, componha o ambiente com os três cantos que mais atraíram no decorrer da semana. Selecione fotos dos pequenos para a composição de um painel. Nesse dia, apresente cada um, diga o nome, do que já brincou, se é sapeca, brincalhão etc. Quando os responsáveis vierem buscá-los, compartilhe esse painel na presença dos bebês e crie um contexto de conversa que demonstre o pertencimento deles à creche ("Agora esta sala é da Estela também. Olha onde fica sua foto."). Na segunda semana, planeje os cantos com base nos interesses das crianças e no que julga pertinente para ampliar as experiências delas com o mundo -- a repetição de propostas é importante. Avaliação Observe o comportamento dos bebês. Se possível, empreste um brinquedo às mais resistentes, diga para cuidarem bem e trazerem de volta à escola.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Tem brincadeira? Tem sim senhor!!! :-)

LÁ VEM O RATO As crianças ficam em círculo e uma outra permanece no centro, segurando uma corda (cordel) em cuja extremidade prende-se um peso que será o "rato". Ao início do jogo, a criança do centro deve girar a corda junto aos pés dos participantes que devem pular não deixando que o rato os toque. A criança deve deixar o rato pegá-la, é afastada do jogo. O jogo terminará quando só restar uma criança no círculo, a que será a vencedora. CABO DE GUERRA (Puxar a corda) Os partidos alinham-se, com os jogadores uns atrás dos outros, cada grupo segurando uma metade de uma corda dividida igualmente entre ambos. A um dado sinal, começam a puxar a corda. Ganha a equipe que houver conseguido puxar maior parte para seu lado (deve ser colocado um lenço no meio da corda e marcar o centro no chão) ou a maior parte da corda ao cabo de um período de um ou dois minutos. (Cadeia) As equipes alinham-se atrás dos seus respectivos chefes, e cada jogador segura pela cintura o que lhe fica em frente. Os dois chefes, que se defrontam, seguram uma vara em posição horizontal, perpendicularmente a uma linha traçada no solo. A um sinal os partidos puxam para traz, tratando cada um de fazer todos os jogadores do lado oposto atravessarem a linha. Para tornar o jogo mais fácil, pode-se marcar uma segunda linha a 1,50 m (ou menos) de cada lado da linha central, ganhando o grupo que obrigar os outros a passarem essa marca. (Em fileira) Este interessante jogo de tração pode dispensar a corda. Na sua mais simples forma, as equipes formam fileiras de cada lado de uma linha traçada no chão. Consiste o jogo em puxar os membros da equipe oposta, fazendo-os atravessar a linha. O jogador que for assim arrastado passará para a equipe dos seus capturadores. Usando-se uma corda como linha de divisão entre as equipes, os jogadores colocam-se nos seus respectivos lados, com as mãos na corda, puxando os outros por meio dela. RACHA ou PELADA A " pelada " pode ser jogada em campos de várzea, praças, ruas de pouco movimento, gramados de jardins públicos, terrenos baldios, praias. Jogo de bola muito difundido entre crianças e adultos, sem distinção de idade. Qualquer espaço e uma bola é motivo para uma pelada ou racha, versão informal do popular jogo de futebol. Geralmente os peladeiros vão se reunindo aos poucos e, enquanto esperam a adesão de outros participantes, aproveitam para disputar linha de passe, bobinho, cascudinho, dupla, chute-a-gol. Estes jogadores que antecedem a pelada propriamente dita, são uma forma de atrair novos companheiros e, paralelamente, proporcionar o aquecimento dos jogadores. Reunido o grupo, com número fixo de participantes, mas sempre igual para cada lado, marcam-se as balizas que podem ser improvisadas de várias maneiras: camisas, chinelos, pedras, pedaços de pau, galhos de árvore. Dois elementos tiram o par-ou-ímpar e o vencedor começa a escolher seu time. Vão se alternando na escolha até que não sobre mais ninguém ou se atinja um número considerado suficiente. Normalmente, os primeiros a serem escolhidos são os melhores jogadores, ficando para o final ou indo para o gol, aqueles que são considerados ruins na linha-ataque ou na defesa. Quando a pelada se inicia com um número reduzido de peladeiros, à medida que novos elementos se aproximam da beira do campo, vão sendo escolhidos, entrando sempre um de cada lado. Na pelada as regras do futebol não são respeitadas, isto é, vale tudo. A única exceção é a mão na bola. Esta falta provoca a interrupção da partida e então é cobrada uma penalidade, que poderá ser um pênalti, caso o lance tenha ocorrido dentro da área.Quando jogada na rua ou em praças, frequentemente não há goleiros, sendo balizas demarcadas em tamanho bastante reduzido para dificultar o gol. Sem tempo determinado de duração - a não ser quando se combina previamente o número de gols - o jogo se desenvolve até escurecer, com incentivos e apupos dos assistentes e torcedores. Quando não há combinação prévia do número de gols da partida, o fim poderá ser determinado pelo primeiro gol feito a partir do momento em que alguém grita: - " Quem fizer o primeiro gol ganha!". A pelada, então, se torna mais animada com os dois times querendo ter a honra de marcar o último gol e, consequentemente, saírem vencedores. Fonte: Governo do Estado do Rio de Janeiro - Folclore fluminense, 1982.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A diferença entre adaptar-se e ser acolhido

A qualidade do acolhimento deve garantir a qualidade da adaptação. O nome adaptação pode sugerir apenas o esforço que a criança realiza para ficar e bem, no espaço coletivo com pessoas grandes e pequenas, todas na maioria das vezes desconhecidas, enfrentando relações, regras e limites diferentes do espaço do lar a que esta acostumada. Há de fato sempre um grande esforço por parte da criança que chega e que está conhecendo o ambiente novo, mas entendemos que o processo de conhecer e estabelecer novos vínculos depende fundamentalmente da forma como a criança é ACOLHIDA. Considerar a adaptação sobre o espaço de acolher, aconchegar, procurar oferecer bem-estar, conforto físico e emocional, amparar, amplia significativamente o papel e a responsabilidade da instituição de educação neste processo. O acolhimento deve acontecer todo dia na entrada; após uma temporada sem vir à escola; quando algum imprevisto acontece e a criança sai mais tarde; depois que as outras já saíram; após um período de doença, e enfim, sempre que o adulto julgar conveniente, porque é bom para toda criança ser bem recebida e sentir-se importante para alguém. Nós adultos também somos sensíveis ao acolhimento. Quando somos bem recebidos, em qualquer lugar, em geral nossa reação é de simpatia e abertura, o que nos leva a esperar o melhor daquele ambiente e daquelas pessoas. PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO PODEM AUXILIAR NOS PRIMEIROS DIAS DA CRIANÇA, DOS FAMILIARES, DOS PRÓPRIOS EDUCADORES E DE TODA EQUIPE ESCOLAR. Por que a adaptação é tão difícil para a criança, a família e o educador? A discussão sobre a acolhida das crianças na instituição escolar já tem história na educação de nosso país. As dificuldades enfrentadas nos primeiros dias pelas crianças ao ingressar em uma instituição, eram vistas como um mal necessário, pelo qual, todas deveriam passar. Era comum apostar que mais cedo ou mais tarde acabariam se acostumando, porque de um jeito ou de outro isso acabava acontecendo. Sofrimento, insegurança, desamparo, que para muitos adultos, a lembrança dos primeiros dias de escola faz parte com recordações pouco agradáveis. Com o passar do tempo a educação começou a considerar esse período, preocupando-se cada vez mais com os sentimentos, as emoções, a individualidade, a construção da identidade e o processo de socialização das crianças. Sendo possível amenizar consideravelmente esse impacto, por meio de um planejamento e da antecipação de problemas comuns nessa fase. Consideramos que o planejamento cuidadoso da entrada da criança na escola deve ser inerente ao projeto educativo de cada instituição, um indicador de qualidade de serviço prestado. O acolhimento pode ser enfocado de diferentes pontos: O da criança, pelo significado e emoção despertados pela passagem de um espaço seguro e conhecido para outro em que é necessário um investimento afetivo e intelectual para poder estar bem; O das famílias, que compartilham a educação da criança com a instituição; O do professor, que recebe uma criança desconhecida e ainda tem as outras do grupo para acolher; O das outras crianças, que estão chegando ou que fazem parte do grupo e precisam encarar o fato de que há mais um com quem repartir, mas também com quem somar; O da instituição, nos aspectos: organizacional e de gestão, que precisam prever espaço físico, materiais, tempo e recursos humanos capacitados para essa ação. O da equipe escolar, que precisa respeitar os comportamentos das crianças nesse período e se preparar para as previstas situações. COMO AS CRIANÇAS PODEM VIVER A ENTRADA NA INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO. Para a criança, entrar na escola implica um processo ativo de construção de novos conhecimentos e de vínculos. Quando chega à instituição, ela já pode ter expectativas sobre o comportamento dos adultos, das outras crianças e até mesmo sobre a forma de se relacionar com os objetos e brinquedos, pois construiu referência a partir de suas vivências e experiências. Ela precisa de um tempo para ver com clareza as diferenças entre sua casa e a escola e para que transfira seus sentimentos básicos de confiança e segurança para alguém. Esse tempo é bastante individualizado – algumas passam por esse momento de forma mais rápida, outras mais lentas. Grande parte das crianças costuma reagir fortemente à separação de diferentes maneiras: podem chorar ou, ao contrário, ficarem muito caladas, podem agredir outras crianças, podem adoecer, recusar-se a comer, a dormir, a brincar. É preciso acolher essas manifestações e conhecer a forma de cada um reagir, considerando como natural dentro desse processo, sem rotular a criança a partir disso. Algumas crianças têm rituais específicos (costumes) e ficam apegadas a eles. Essas coisas possuem um significado especial para elas, pois criam a ilusão de que a mãe ou a pessoa na qual investem afeto estão próximas, lhes proporcionando maior conforto emocional e segurança. Deixar que a criança mantenha seu jeito de ser, seus rituais e sua rotina individualizada, para aos poucos se ajustar ao grupo, proporciona suavidade à transição, sem rupturas bruscas e maior controle do adulto sobre o processo. Conversar com a criança sobre seus sentimentos, sobre a nova rotina, esclarecendo o que vai acontecer com ela, ajudá-la a expressar seus sentimentos e a valorizá-la enquanto pessoa são cuidados que a ajudarão a desenvolver sua autonomia para lidar com as novas situações. Esse período cuidadosamente planejado promove a confiança e o conhecimento mútuos, favorecendo o estabelecimento de vínculos afetivos entre as crianças, as famílias e os educadores. Vale lembrar que o fato de ter uma pessoa familiar junto à criança na escola, caso seja preciso nesse período inicial, possibilita à família conhecer melhor o local e o educador com quem a criança vai ficar. Geralmente isso faz com que todos adquiram maior segurança. Algumas famílias acreditam que é preferível sair escondido quando deixam a criança na escola, a fim de evitar seu choro. É preferível que a criança veja e saiba que estão saindo, que expresse sua tristeza ou raiva e que seja consolada. Com o tempo, ela vai perceber que voltam todos os dias. É importante, nessa fase, que todos: pais, educadores e equipe escolar possam compreender e respeitar o momento de cada criança de conhecer o novo ambiente e estabelecer novas relações. Muita gente não gosta do termo “adaptação”. No dicionário “Aurélio”, adaptação quer dizer ajustamento, acomodação, o que é diferente das mudanças que vemos acontecer na instituição. Quem se ajusta ou se acomoda é aquele que se submete a uma situação seja boa ou ruim. A submissão é tudo o que as pessoas que trabalham com educação querem evitar. Muitos não gostam do termo “adaptar”, então cabe a todos interpretá-la de forma adequada para o atendimento de nossas crianças (ROSSETTI-FERREIRA, 2002, p. 51) Esse período deve ser considerado um momento muito especial. Assim, merece reflexão e planejamento por parte de toda a equipe. Diante disso seguem algumas situações a serem planejadas durante as primeiras semanas de aula e que conforme necessidade poderão se estender ao longo do ano. A acolhida e a despedida das crianças. A chegada ou saída dos pais, momentos em que o professor pode colher informações importante. O respeito à necessidade da criança em permanecer com um objeto que lhe dê segurança como: chupeta, fraldinha, ursinho ou outros. A atenção à ansiedade, a falta de vontade de comer ou desânimo da criança. É importante conversar com os pais sobre como era o seu ritmo/rotina em casa. Respeito às crianças que pedem a presença dos pais na escola – nesse caso é importante ver a necessidade de cada criança. A escola deve resolver essa situação da melhor forma, conversando com a criança e com seus pais. O acompanhamento das crianças nos primeiros dias durante as refeições deve ser feito direto pelo educador. Lembrando que esse pode ser assim durante todo o ano. O respeito ao tempo de alimentação das mesmas deve ser atendido. A apresentação dos espaços da escola às crianças: banheiros, bebedouros, salas de aulas, cantina e também a apresentação dos profissionais que trabalharão e acompanharão as crianças e suas funções. O acompanhamento dos alunos aos sanitários, a organização da entrada e das saídas, principalmente o cuidados com as crianças que utilizam transporte – combinar com a direção da escola sobre como será realizada. O cuidado com as atitudes de toda equipe para com as crianças (tom de voz, paciência, carinho,...). A preparação de um ambiente acolhedor, estimulador e agradável, além da sala. O cuidado para evitar o constrangimento da criança em situações como: fazer xixi na calça, derrubar comida, e a que apresentar ansiedade, nervosismo. Conhecimento do prontuário dos alunos se interando de informações importantes. “Essa fase inicial, em que a criança, família e educador estão se conhecendo, pode durar dias ou meses. Pensando melhor, sempre estarão se conhecendo. por isso se diz que a adaptação, de certa forma, nunca termina”. (Rossetti Ferreira, 2002) Referências: AZEVEDO, Heloisa Helena; SILVA, Lúcia Isabel de C. A concepção de infância e o significado da educação infantil. Espaço da Escola. Revista do Professor, n 34, p.33-40, out/dez.1999. ROSSETTI-FERREIRA. Os fazeres na educação infantil. São Paulo: Cortez, 2002.